quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Tato e potência artística explorados na oficina “Pigmentos e Tintas”

Antes de chegar ao Museu Casa Guignard, onde seria oferecida a oficina Pigmentos e Tintas, não portava endereço seguro e, portanto, minha pontualidade, objeto quase abstrato para o qual dedico atenção de acordo com minhas vontades, estava ameaçada.

Tinha uma pauta a cumprir e arbitrariedade alguma que partisse de mim pararia ou adiantaria os relógios. Duas horas da tarde, hora marcada para início da oficina e, no entanto, a porta continuava com a postura imperiosa de não oferecer qualquer fresta que autorizasse passagem.

Poucos minutos adiante, uma portinhola se abre embaixo dos nossos pés – sensação de ladeira – e podemos entrar no atelier instalado no porão do Museu. Me apresento a Attilio Colnago, artista plástico e professor da Universidade Federal do Espírito Santo, pedindo licença para adentrar no império de pedras que aquele porão/atelier simbolizava.

Com atenção quase infantil, vasculho o ambiente e tento traçar um itinerário dos objetos dispostos ali. Ao fundo um portão alto, de ferro, parecendo ser guardião do jardim que entrecortava com as grades pesadas. Um balão de junho esquecido sobre cadeiras; outro, preservando com faísca de lâmpada cores acesas, suspenso frente ao retrato do rosto que não se identifica.

Como se houvesse uma clarabóia natural, o centro do atelier era invadido por um azul de tonalidades controladas por marchas de nuvem. Desço das alturas do devaneio para o início da oficina. No primeiro dia, o qual me limito retratar, passou desde a Idade da Pedra a representações artísticas contemporâneas

Pintura e restauração: o sentido dos materiais explanou a sensibilização tátil frente a materiais oferecidos pela terra para a composição da matéria prima da construção de símbolos e conceitos, ora visionários, ora tradicionais, nas representações artísticas produzidas pelo homem.

A oficina propõe a discussão do que é o artista – ser abstrato e potente, vulnerável e imortal – e a exploração de texturas e pigmentos presentes em seu trabalho. Das poucas horas que tive da oficina que seguirá até o dia 23 de julho, não pude fazer cores, curiosidade inquietante agora, como idéia plantada pelo cal.


(todo escrito tem seu tempo do rídiculo para ter coragem de ser visto)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

patota


Escolha fazer parte de um lugar que fuja de todas as definições que tudo concluem e estigmatizam. Escolha avaliar cada gesto teu e colocar sentimento em cada ato. Escolha ser muitos e ter um pouco de você em cada pessoa com a qual vive. Escolha não ter uma rotina de ações ou de pensamentos.Escolha colocar o pé na eternidade.

Patotinha 32 anos. Pediremos bis e tudo será perfeito!