domingo, 17 de abril de 2011

Os nomes de Realengo

Karine Chagas de Oliveira, 14 anos. Rafael Pereira da Silva, 14 anos. Milena dos Santos Nascimento, 14 anos. Mariana Rocha de Souza, 12 anos. Larissa dos Santos Atanásio, 13 anos. Bianca Rocha Tavares, 13 anos. Luiza Paula de Silveira, 14 anos. Laryssa Silva Martins, 13 anos. A mídia contradisse seu cálculo exato, estatístico, quando identificou o nome e o tempo das doze crianças assassinadas em uma escola da zona oeste do Rio de Janeiro.
A cidade de Realengo, local onde o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira voltou para disparar contra dezenas de estudantes suas armas, fez com que o 4° poder da sociedade – a Mídia – decidisse que a tragédia do Japão ou os confrontos entre árabes e israelenses perdessem categoria na hierarquização midiática.
Todos os veículos informativos do país retomam, dia após dia, o acontecimento de 7 de abril. Não parece haver empecilho algum ao entrevistar e expor as crianças sobreviventes ou os familiares que perderam as suas. O objetivo é informar?
A cobertura insistentemente progressiva cumpre apenas ao critério de anunciação – a promessa de novos detalhes sobre o caso - para que fidelidade da audiência seja preservada.
Talvez isso nos faça pensar que a atenção dada às crianças ou aos criminosos do nosso país só parta de uma tragédia de repercussão internacional. Para que Realengo seja esquecida (não acho que deva), basta que a mídia selecione os fatos e hierarquize nossa atenção novamente, de acordo com os valores que elege como ideais. E as crianças voltam a ser número: 12 mortos.

Um comentário:

  1. Não tem como falar de Realengo sem sentir um peso no coração. Um caso a ser estudado é pouco. Não é resultado da ação de um louco, mas sim de alguém que sabia exatamente o que estava fazendo e queria passar uma mensagem. Nosso trabalho é descobrir isso!

    Você é Publicitária ou jornalista, meu bem? Irmã da Stephanie, certo? Já posso parar com as perguntas?

    Beijos. Obrigado! ;*

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