Sentiu-se expulsa da cama pelo sobressalto dos pesadelos. Depois veio aquela dormência nas pernas, percebida sempre que achava ter por segundos o dom de prever catástrofes.
O dia inteiro então foi arrastado em meio ao calor, às paredes, ao tédio e a mesma dormência insistente nas pernas. Seu corpo era dado a expressar essas coisas; por vezes, sentia um formigamento nos pés, como se estivesse sendo pedida pra partir. Em momentos como esse, acostuma-se a ter a casa vazia.
E aí surge a formidável biogênese dos universos que se criam pelos cantos. E é prazeroso este pequeno controle vindo do som, dos objetos desordenados, porém sempre tão leais; e do meio tom no ar que preserva (como se luz deixasse as portas abertas) a autonomia e pessoalidade do seu universo. Mas sim, é preciso ter em mãos qualquer asa ou escada que dê conectividade ao que se sabe existir pela lucidez e pela evidência dos fatos. Por isso o som familiar, hóspede; e as expressões emanadas do corpo, ancestrais. O que fere abriga a compreensão que inutilmente, com êxitos esparsos talvez, busca quando está tudo claro e em movimento. Pois acostuma-se também com a casa cheia, mas é preciso que esteja vazia para que o corpo usurpe a função do verbo. E o resto se faz em companhia do universo que as formiguinhas dos pés tem o poder de carregar. E com as lâmpadas, acendendo e apagando.
O dia inteiro então foi arrastado em meio ao calor, às paredes, ao tédio e a mesma dormência insistente nas pernas. Seu corpo era dado a expressar essas coisas; por vezes, sentia um formigamento nos pés, como se estivesse sendo pedida pra partir. Em momentos como esse, acostuma-se a ter a casa vazia.
E aí surge a formidável biogênese dos universos que se criam pelos cantos. E é prazeroso este pequeno controle vindo do som, dos objetos desordenados, porém sempre tão leais; e do meio tom no ar que preserva (como se luz deixasse as portas abertas) a autonomia e pessoalidade do seu universo. Mas sim, é preciso ter em mãos qualquer asa ou escada que dê conectividade ao que se sabe existir pela lucidez e pela evidência dos fatos. Por isso o som familiar, hóspede; e as expressões emanadas do corpo, ancestrais. O que fere abriga a compreensão que inutilmente, com êxitos esparsos talvez, busca quando está tudo claro e em movimento. Pois acostuma-se também com a casa cheia, mas é preciso que esteja vazia para que o corpo usurpe a função do verbo. E o resto se faz em companhia do universo que as formiguinhas dos pés tem o poder de carregar. E com as lâmpadas, acendendo e apagando.
"E aí surge a formidável biogênese dos universos que se criam pelos cantos."
ResponderExcluirÉ preciso mesmo sempre ter ao alcançe asas ou escadas... quando nos encontramos assim, tão senhores de nossa situação, como os deuses que somos daquilo que escolhemos como o nosso próprio universo, é inevitável esta impaciência e uma vontade infindável de se jogar de qualquer abismo só pra ter certeza de que há ainda algo maior e mais forte que nós mesmos.
Tira teu blog do coma pequena!
ResponderExcluir:)