terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ex-alunos e moradores da República Sinagoga compram casa para cumadre


Ex-alunos e moradores da Sinagoga reunidos no dia da mudança


Na manhã de um sábado após uma ida ao CAEM, os moradores e ex-alunos da república Sinagoga tinham uma importante tarefa. Realizar a mudança da cumadre Dercília de Oliveira Santos para uma pequena casa no bairro Veloso. Localizada no alto de um morro, a casinha da cumadre foi escolhida por um átimo do gosto: é essa mesmo!

A história da casa pela qual Dona Dercília diz ter se apaixonado começa no dia em que comentou com os rapazes da Sinagoga que gostaria de comprar um lugar para morar. Inicialmente, eles foram em busca de um financiamento na Caixa Econômica Federal. Enquanto Dercília procurava a casa que adquiriria, os sinagoganos, denominação dada aos membros da república, uniram-se e apressaram-se para arrecadar o dinheiro da compra. Em menos de seis meses atingiram o valor necessário.

A cumadre Coró, como também é chamada, parece ter olhos de vigília para cada detalhe que a cerca. Traz na memória o dia exato em que chegou à república Sinagoga: 14 de novembro de 1994. 
A figura atenciosa e materna de Dona Dercília esteve cuidando de dezenas de meninos durante os 16 anos em que viveu na república. Desde o dia em que chegou, conviveu com mais de vinte ex-alunos, além dos muitos que passaram por lá.

Se Dona Dercília dispensa carinho e vigília diários aos seus meninos, para ela não são oferecidos cuidados diferentes. É lembrada no dia das mães, quando adoece, a cada hora em que um acorda ou sai.
Em um tempinho de prosa na sala da Sinagoga ela nos conta aos risos do dia da mudança. Depois de um CAEM e embaixo de sol a pino, as primeiras coisas lembradas para serem colocadas nos ombros ao subir o morro foram o fogão, o gás, o torresmo e a pinga.

Dona Dercília tem agora a casa que escolheu para morar. Depois disso, muitos almoços e “gólos” foram feitos no alto daquele morro no Veloso. Mas o aviso vem logo, sem acanho e sincero: sua casa mesmo é aquela de número 150 na Rua das Mercedes. A república Sinagoga.

Ouro Preto, novembro de 2010.

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